Sinta a fúria que brota de minhas veias,
Ouça o grito que não morre calado
Veja a energia que brota e vai pelo ralo
Sinta a fúria com toda a desolação
perceba os pés como saem do chão
encontre em si, ao mesmo tempo, o inimigo e o irmão.
Esse ódio que da tristeza faz parte
e que devassa, não respeita nenhuma parte,
é um disparate.
Força tosca que explode e se encorpa,
força forte que quer se libertar,
força má que existe por não amar.
Grito, hecatombe nuclear, ferro a queimar incandescente
desesperando os pequeninos humanos, a mão do gigante
Ah!! E tudo isso não pode a fúria representar!
Fogo, caos desordem e peste! Mar vermelho de gritos, agonia e morte.
revolução sangrenta, olhos revirando-se, raiva, muita raiva!
Terra em chamas, céu de enxofre e ar em plasma.
E tente entender agora, que é por isso, por tudo isso.
Que eu só quero agora o refúgio eremita do meu eu:
Terra cinzenta, sem paixão, onde apagarei o fogo da fúria
como minhas lágrimas ao chão.