segunda-feira, novembro 13, 2006

Luz de palha

Bailava no céu brilhante em que o sol me iluminou a face.
Ria, e os dentes brilhavam num sorriso incontido.
E podia gritar! Olhem para mim!

O dia passava, o cansaço veio.
Mas nada que um banho quente não espantou.
Toda fria, a noite, parecia tão quente...
O cinturão de estrelas se mostrava.
Uma a uma, inúmeros pontos luminosos.
Tão inúmeras como as alegrias e sensações de meu coração.

E ritual então se fez.
Não era mais eu, era algo mais, algo livre.
Sem vergonhas, nenhum receio, restrições nulas, inexistentes tristesas.
Rodopiava com a música, sentia a música, eu era a música.

Brinquei, sorri, me libertei.
E se transpirava não era problema, nada me julgava.

Passou a noite, o corpo cansou.
E a luz noturna que abraça as mentes ternas ainda embalaria um sono sem sonhos.
Quando a vida é bela por si só os sonhos não são mais necessários.

E que regozijo foi o outro dia...
Lutas e batalhas, mas nada mais na mente se passava que o encanto e a doçura.
O suave aconchego.

E este outro dia findava quando finalmente decidi.
Aproximei-me e tentei um beijo, ela se desviou.

E foi nesta mesma noite que em meus braços,
na penumbra que iria vir a tomar este ente por inteiro
que ela me rejeitou.

O meu final feliz não chegou.