quinta-feira, janeiro 31, 2008

Trinitro Tolueno

Dinamita! Dinamita!
Quero ver dinamitar!
Tocar fogo nesta joça.
Vamos lá vaporizar!

Dizem que há democracia!
Eis aí uma mentira!

Você pode opinar!
Só no dia da eleição
Pois é quando escolherá
Qual é o próximo ladrão!

Dinamita! Dinamita!
Quero ver dinamitar!
Tocar fogo nesta joça.
Vamos lá vaporizar!

A saúde de seu filho
A vida do teu amigo
A sua dignidade
Nada valem na verdade.

Você acha que escolhe?
Veja só a sua volta.
A corrupção revolta.
O Estado se articula
E lhe impõe essa derrota!

Dinamita! Dinamita!
Quero ver dinamitar!
Tocar fogo nesta joça.
Vamos lá vaporizar!

O governista então propõe,
A oposição rejeita
Mas são os mesmos uns e outros
A "esquerda" e a direita

O que mais que você acha?
Vai esperar a salvação?
Acredite amizade,
salvadoras não virão!

O poder sempre corrompe
Está sempre a espreitar
O individuo se estraga
Quando pode dominar.

Dinamita! Dinamita!
Quero ver dinamitar!
Tocar fogo nesta joça.
Vamos lá vaporizar!

E com a "justiça" o que há?
Essa deixa que eu explico.
Enquanto o pobre apodrece,
"habeas corpus" para o rico!

Dinamita! Dinamita!
Quero ver dinamitar!
Tocar fogo nesta joça.
Vamos lá vaporizar!

Para parar a enganação
Desejo a nossa reação!
Todo o povo no poder!
Nossa verdade vai arder!!!

sábado, janeiro 05, 2008

Solidão caipira (ou "O reclame esteriotipado do interior")

Ah, marvadas...
Dexaram meu coração piquinininho quem nem vaga-lume no pretume duma noite sem lua...

Mais nesse peito bate um coração de cabra forte.
Que no passar do sol-a-sol vai se aprumar como se fosse galo de briga.
Enquanto que os moços que ocêis vão escoiê vão ti trocar pela primeira rapariga.

A curpa é do cupido!
Muleque ranhento e atrapaiado!
Deve di tá mar das vista...

Purquê qui cum tanta minina por aí, ocê mi flecha justo pra essas?
E inda por cima o disgracento me erra o peito das sinhoritas!

Vô ti denunciá pru Curupira!
Por fazê mal ao peito desse caboclo.
E quando o cabeleira di fogo vier ti castigar ocê vai ver o que bom para tosse!

Mais vortando ao meu coração:
Coitadinho, tá que é só terra seca...
Nem a coivara faiz nasce planta nessa vereda.

Verdade que nunca fui um rapaiz charmoso,
E nem de longe forçudo.
Só que pra compensar fui meloso dimais...

Por isso que as moça sempre mangaram de mim.
Ah, mais deixa assim.

O mulheril vai se surpreendê
Quando o caipira aqui sair pegando cada cabrita que vê.

Tarveiz uma delas inté faça dentro di mim chovê
Mais acho mais fácil fazê menos travessura o saci-pererê.

Vamo vê...