sábado, abril 21, 2007

Eu oráculo

Ânsia, quero tudo.
Não há tempo, mais! mais!
Jamais parar, conhecimento.

Complete-me com teu argumento.

Não há tempo!
Não há vida suficiente.
E não há tempo!
As horas são varridas pelo vento.

Me mostre mais, atiça-me.
Sacia-me, curiosidade natural.

Quero deste fruto do tempo me fartar.
Com uma rima rica navegar neste mar.

Canto-a-canto escrutinar.
E com estas rimas pobres terminar,
Este pedido a serpente de Asclépio que acabo de moldar.

domingo, abril 01, 2007

Óh improvável

Suplico a ti: Vem para mim.
Ao tempo peço que não me esqueça assim.

Quero, necessito, preciso-te.

Degustar o mel dos seus açores,
Desejo seus humores multicolores,
Ser o atual maior amor dos seus amores.

A calma encontrarei em seu abraço.
Receberei o calor de seu corpo lasso.
Repousar minha mente no teu regaço.

Hei de muito mimos para lhe enternecer.
Tornar a ti minha própria deusa, minha única religião,
A água que rega a semente da felicidade depositada no chão,
O alimento que mantém meu corpo são.

Nestes campos graciosos do seu ser,
Meus eus se regozijam,
Você há de entender.

Seja minha e de ti eu serei.
Liberte-me e eu a libertarei.
Adore-me como te adoro e adorarei.

Pupilas que se cruzam,
Que se abram.
Que dobrem os sinos,
Toquem o réquiem para o que existe de mal fadado.

O céu era o limite,
Mas junto contigo tive forças e cruzei.

Somos ao mesmo tempo; que se revele ao mundo!
Súdita e Rainha.
Súdito e Rei.