domingo, abril 20, 2008

Sobre um futuro não vindouro

Óh, vis, brutos e cínicos!
Eu, do alto de minhas paixões,
No topo do meu júbilo vos digo:

Que venci!
Venci!

E que apesar de tantas vezes ter escorregado no seu lodo,
De ter quase me prostrado de joelhos,
Estar a ponto de me lançar à sujeira, derrotado.
Mesmo dilacerado mantive-me, vacilante, de pé.

E quando, vendo-os chafurdar na lama, quis juntar-me à turba.
Algo, aqui dentro, manteve-me.

Vitória! Vãs almas.
Pois agora o céu se abre num mundo de possibilidades luminosas e deliciosamente assustadoras.
E o gás, que no espírito era antes nevoeiro, condensou-se, esquentou e tornou a mim em estrela cintilante.

Poderosa! Instigante.
Ao mesmo tempo quente e reconfortante.

Afastem-se pobres diabos! (Vejam quem vem lá...)
Vem minha amada.

De olhos brilhantes,
Sorriso admirável
E boca açucarada.