sábado, setembro 23, 2006

Me enganaram!

Ensinaram que o amor de verdade existia.
Que ele tão e somente da sinceridade dependia.

Não me disseram que, o que na verdade os corações incendeia.
É tão e somente a beleza física que se delineia.

E que não importa qual o tamanho do sentimento que bate à porta.
Pois se vive em um ambiente onde o diferente se exorta.

Malditos pensamentos enfermos!
Aos infernos!

Dissessem antes que tal situação é um devaneio.
Afinal é bobagem da pessoa amada um carinho sincero ter o anseio.

Mentiram quando me disseram que não deveria eu agir como um reprodutor.
Desgraçada falácia foi aquela na qual eu deveria me importar com os outros e com sua dor.

Mas agora eu sei.
Que o egoísmo neste assunto é rei.
E que cria uma cadeia viciosa
Onde cada individuo acaba com os sentimentos mais nobres, os necrosa.

Agora eu sei.
Que eu deveria ter nascido e crescido como um animal puramente sexual.
Em busca eterna da cópula sem olhar a quem faz o mal.
E assim serei! Sim, eu hei!

Pois quando os sentimentos se esmaga
Quando o peito já há muito derrama sangue e é constantemente estripado por uma adaga.

O azedume se instala
E apenas um sentimento sincero desse limbo me desatola.

Sinceridade?! Nesse mundo é a pior das drogas!
Vale tudo para ter de lascívia algumas horas.
Anda lado-a-lado com a verdade e acabam por desembocar na rejeição.
E a única batida do coração que importa é aquela no momento da ereção.
O mundo é do mentiroso, do canalha e do falso!
E assim todos vivem, fingindo-se de felizes nessa existência sem nexo.

E finalmente, quem sabe, em breve me encaixarei no padrão.
E encontrarei uma incauta, a qual desfrutarei e a jogarei no lixo
Estraçalhando assim, seus sonhos, seu romantismo
Criando assim alguém pior que eu e que perpetuará na sociedade este nicho.

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